domingo, 25 de janeiro de 2015

acordo todos esses dias

com sobre minh’alma o peso de meu corpo,
minha cruz.

carregar-me a mim,
isso sim é pena que não cessa
que quando por isso passo
e quando a vida passa,
e quando penso que esqueço
é quando viro lembrança.

Fábio Gondim

Ilustração do "Livro com cheiro a baunilha"
de Afonso Cruz

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

capaz, um dia, te amasse mais que poesia.

amasse mais que poderia.

e amasse mais que os sinais de menos
postos em cruz.

capaz, um dia, fosses meu verso
e eu tua frente.

mesmo que olhasse pra trás tu estarias,
mesmo que olhasses pra trás não tornarias.
mesmo que fosses capaz, um dia.

Fábio Gondim


Joao Werner: MET, 2008 Digital Drawing
"Met" de João Werner

sábado, 3 de janeiro de 2015

eu te amo de vez em quando,

mas só quando o quando é sempre.

eu te amo sempre então,
em toda vez de todo quando.

de que outra maneira amaria?

Fábio Gondim

"The two girlfriends" de Toulouse-Lautrec